domingo, 5 de julho de 2015

JUNTANDO POEMAS

1)    Carrego de Axé!
Aonde vou levo meu balaio de flores
Com fitas e rendas coberto, 
presente pra mãe
Flores coloridas para dar tom nesta vida
Espelho e pulseiras de prata 
E água de cheiro.
É assim que eu limpo meus caminhos
No balaio levo além do que eu posso falar
Mandinga de mineira meio baiana
Que tem porte de cigana
E axé que vem do mar.
É de lá e pra lá que o balaio vou levar.
É de lá e pra lá que o balaio vou levar.


2)   É. assim! É assim que ela chega 
      Sai entrando sem pedir
      E invade o lugar.
É assim, é assim que ela chega
Sai entrando na cozinha
E incendeia o lugar.
É assim que juntando ingredientes
Põem fermento na tristeza
E o soca com dendê.
É assim com o padê posto na mesa
Ela rir com alegria
Contagia o meu ser.
É assim que ela entre devagar é pimenta saborosa
Arde o olhar de quem não quer.
É assim que a fogueira toma conta a paixão se agiganta e o amor vem conhecer.

3)    Em casa de bamba onde até as panelas e tampas teimam em sambar,
 quando um acorde clássico enche os ares,  há de se estranhar.
Mais estranho é cantar uma sinfonia 

quem sempre pela casa anuncia um samba de terreiro 
é do inicio do dia ao chegar da Ave Maria, 
são cantigas pra mexer e arrepiar.

Pois é nesta casa tem bamba 

e tem música clássica sim senhor.
Tem canto a quatro vozes 

se bem que só uma ensaia
mas, também tem cantiga de louvor. 
Mesmo que eu não saiba tocar um atabaque.

A musica disconfitua as pontas, 

podemos tudo o que quisermos 
basta querer, muito estudar,
 se dedicar e tudo pode acontecer.
Cantar não tem patente, 
não tem barreiras 
é sintonizar versos no ar 
e encontrar com os seres de luz 
da foma mais leve e voar de encontro a ser feliz.

4)    Sem luz elétrica mas, pavio aceso.
Vela atremular
Som que de fora desponta
Choro de criança
Pressa de andar.
Lume que encandeia
Ao final de um dia
Louvo a paz dos ares
Na rua sem o lampião.
Rezo a luz divina em canto de gratidão.
Quem dará a luz nesta caminhada?
Há versos na estrada em pedras do viver
Lume meu destino
Lapida a calçada
Pés abençoados neste caminhar
É pra frente que candeia as estrelas no olhar.

5)    Na escuridão? Eu não.
Na escuridão? Eu não.
Sou a luz de uma fogueira
Nas mãos de um lampião.
Faço rendas com histórias
E consagro a mãe divina
A luz que me ilumina
E dá cor ao meu viver.
Veio de lá
Das terras sagradas 
Do nordeste do sertao
Onde o sol é o farol do dia
É o próprio lampião.
Na escuridão? Eu não.
Na escuridão? Eu não.
Sou a luz de ma fogueira
Na mãos de um lampião.

6)    Já não tem lamparina,
O lampião sem gasolina,
A eletricidade acabou.
Acende uma vela e reza
Ela ilumina e dá luz.
E segue por todos os cômodos
Levando alumiar
E deixa em cada canto sua luz pra iluminar.
Trêmula luz qual a balança
De São Miguel, anjo amigo
Mas não apaga a função.
Ilumina as direções
Segue por vielas,
Ruas e quarteirões
É procissão fervorosa de quem
Tem pra ilumina
Os lares, igrejas e as casas de axé
São portas abertas pra ela entrar.
E a luz que brilha a noite 
Como um farol de esperança e a mesma
Que brilhou há alguns ontem dos meus tempos de criança.

7)    Preocupa-me se a tristeza se acomoda em um coração,.Ela deixa rígida face, os músculos do corpo e desidrata a emoção.
Pode acompanhar uma vida na silenciosa depressão, ou até apagar uma história que se entregará a solidão.
Por vezes em doses mínimas pode ser bem vinda e resolvida com um abraço de um amigo ou de um irmão mas, para falar com o sofrido, há de se ter dedos de pena e sussurro de algodão, se não a dor pode se multiplicar e ao invés de acalentar pode latejar na razão e afetar o coração.
Um balde cheio de tintas iguais as do arco Iris, música a gosto, se encontra com a natureza, estar junto com quem se ama, podem ser o remédio bento, para tirar um sorriso e secar as lágrimas de um olhar e deixar a tristeza partir para a alegria abraçar.



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