O COMPROMISSO DE SER MULHER!




Provocando.

As situações se repetem e é preciso mudar o rumo da educação familiar.
O que deve mudar?
Pra quem cabe está responsabilidade de mudança?
A mulher é vitima de como foi educada e da sua própria forma de educar os seus filhos. Ela foi educada para ser perfeita.
O foco uma separação:
Os motivos para que ocorra uma separação na vida de um casal são variados, porém se há neste relacionamento filhos para quem cabe a guarda de toda a responsabilidade emergida da relação?
Geralmente para a mulher.
É o seu corpo que modifica, é o seu tempo que deverá ser elástico assim como os seus peitos para armazenar o alimento de seu rebento.
É lindo ser mãe. Sonho de tantos, mas, o trabalho de todo esta “opção” fica com maior responsabilidade para a mulher.
Escuto frases como:
Na hora de virar os olhinhos não pensou nisto? E provoco! Quem não pensou sobre a responsabilidade? O homem estava junto, ou não? A decisão só foi só da mulher?
·         Ele é muito novo! Imaturo, se deseja sair da relação é um direito.
E ela? Será que foi consultada que deveria ser a mãe de seu macho?
Educar não é um processo fácil, e leva-nos a refletir sobre o papel da mulher nesta arte maternal de formar pessoas prontas para à vida.
Aqui neste espaço há apenas o desejo de provocar, refletir e entender uma parte do processo de construção maternal. Lidar com a frustação.
O que será que difere uma mãe de outra? O que ela escutará de seus filhos quando adultos sobre a sua construção maternal? Como ela reagirá aos questionamentos no futuro? Para que tipo de relacionamento se educam filhos?
·         Ele casou direitinho, a esposa dele é muito direita, mas, ele pode comer em pratos diferentes, é homem!
·         Quem será a comida? Com quais os talheres devemos aprender a lidar ou em que bocas devemos prestar atenção quando se abrem em nossas direções. Que mensagem trazem? Falam por quem? E o amor?
E assim a mulher segue o seu destino. Ela foi preparada para superar, para ser forte o suficiente para ter que se responsabilizar pela dinâmica doméstica, sem direitos trabalhistas adquiridos e ainda sair para o trabalho fora do lar. Deverá também  dar conta de educar seus filhos, estar com aparência apetitosa para ser comida. Ter fineza para ser substituída quando vencer todas estas etapas pré destinadas por um processo de educação intrafamiliar.
Deixará de fazer algo no meio do caminho, terá graça para o encanto das crianças? Mãos carinhosas para o afago maternal? Como fará com a pilha de louças e roupas para lavar, deixar o chão um brinco, Acompanhar o desenvolvimento escolar de seus filhos, dar conta de todas as tarefas domésticas?
Se o marido e/ou companheiro está com a blusa encardida, amassada, se ela não tem uma casa organizada, logo vem a tarja: relaxada esta mulher!
Os rins ficam gritando para que ela urine, como fazê-lo o tempo urge e se não vigiar a garrafa de água irá transbordar. É preciso colocar as roupas no varal, a máquina já parou! Preste atenção na panela no fogo se não o almoço irá queimar! Fez o café? Nossa olha o relógio, com a demora dos ônibus você chegará atrasada no trabalho!
Você tem que trabalhar, mesmo que esteja cheia de dores! Quem irá pagar a conta da sua família? Que percentual te cabe neste lar?
Aprenda a lidar com a cegueira nas lotações a sua barriga não é passaporte para sentar-se, este jovem que está aí sentado é imaturo e não passará por esta experiência.
Ah! Querida vai chegar o seu dia, o dia das mães e eles irão te dar um abraço apertado, te entregar um presente  e você será recompensada por todo esta dedicação.
Quando eles crescem e você o tempo todo pregou, uma maternidade responsável, uma convivência comunitária intrafamiliar, uma independência nas ações de prazer, eles irão fazer todo o itinerário do passado por estar dentro do contexto macro familiar e do julgamento do mesmo. Poderá escutar  que você teve um defeito. Talvez que não tenha sido carinhosa o tempo todo, porém ele o rapazinho imaturo que talvez como Peter Pan não cresça,  será reconhecido pelos filhos como um grande amigo, carinhoso e as boas lembranças estarão lá. Ele teve o tempo precioso para rir, para brincar, para não fazer nada enquanto você corria para hospitais, escolas, supermercados pra manter o seu lar. Pois é, e  o seu?
Não é fácil ser mãe em uma cultura onde o homem pode dar puladas de cerca como cabritos e não como uma pessoa responsável por escolhas. A escolha de parceiros é a grande chave para que haja mudança de paradigmas no processo familiar.
Observe no ranque da falta de compromisso com a vida quem abandona quem?
Grande parte das  crianças já são geradas tendo em sua corrente sanguínea todo o desafeto e descompromisso com a sua existência e a mãe, a mulher,  até neste momento tem uma árdua tarefa, filtrar a emoção para no futuro ver a sua criança respeitando a figura materna.
Precisamos cada vez mais compromissar o macho com a procriação e não estou falando de lei esta já existe. Estou falando de educação.
Ensinar os nossos filhos a serem pessoas sensíveis às pessoas, compromissados com suas escolhas, a olhar a mulher com mais respeito.
Mais uma vez há necessidade da mulher tirar de dentro dela forças para lidar com esta situação, dependendo do homem que está do seu lado ela será uma vitima deste processo. Quebrar paradigmas não é fácil.
Se não tomarmos uma medida, não teremos o direito de na velhice sair e cobrar do tempo à vida que deixamos de viver em sua plenitude por estarmos vivendo a dos filhos e sendo a mãe dos maridos e/ou companheiros. Estaremos muito ocupadas perpetuando a santidade fêmea e ainda cuidando de netos. E nossas filhas eternas secretárias do lar sem um salário digno e direito afetivos constituído.
Uma família bem estruturada nossas crianças merecem. Pai precisa ser de fato pai e mãe de fato mãe, ambos responsáveis pela construção diária de uma família, onde impere o respeito as diferenças, o compromisso e principalmente o amor.



Adoro trabalhar!

Amo os resultados que se apresentam

Me dedico com prazer a qualidade das tarefas

Agradeço a espiritualidade a escolha da profissão.

Amo cantar, levo o canto para o trabalho,

lanço-o por todos os cantos e acordo a mesmice.

Amo pintar, levo as cores nos pinceis de minha mão


Lambuzo o sorriso das crianças e dos idosos 


com a tinta da emoção.



Amo escrever, cutuco a memória com a minha espada,


sacudo o alfabeto e deixo fluir o texto para a alegria 


registrar.

Amo mexer o meu esqueleto, daí danço e levo a roda no 


giro e todos se unem no circulo e dançamos do dia ao luar.

Amo escutar as palavras, falar, e a música


que trás as várias bocas, me faz parar e pensar 


que emtudo há som, ar, luz e sentimentos.


Amo tanto viver neste planeta, as pessoas, os animais, 


as flores e as rochas. Amo viver, não há lamento que invada

o meu ser.


Posso até me abalar, mas, sou um bambu de Oyá!


Desço até o chão, danço no ar, canto ao vento e subo com

força total 

para olhar e agradecer a Olorum por ter me permitido 

nascer neste ayê.

Daí a certeza que trabalhar é mais que missão é o meu dom


 divino de viver e agradecer. Produzo nas formas da 

inspiração para levar alimento da arte na vida 

dos meus irmãos.


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Nestes dias que participei do Rio + 20, me decepcionei com os debates por conta da conotação velada de pertencimento coletivo e de alguns discurso em prol do mundo estar mais preso na ganância individual dos países.

A utilização desrespeitosa dos recursos naturais dos países desenvolvido ao longo dos anos tem reflexo na sua escassez e estes mesmos países trazem para a pauta o cuidado e a emergência neste cuidar como se estes bens lhe pertencem por serem moradores do planeta.

Talvez eu tenha perdido a pauta primordial para mudanças internas como cidadã bem como um maior aprendizado com a sociedade civil nos dias 13, 14 e 15 mostraram como funciona o seu pensar e agir. Fica um sentimento de perda e não de solidariedade.

Este sentimento é alicerçado nas poucas falas que intervinham no discurso político que se esmeravam em mostrar ministros perfeitos em seus ideais e ações porém que não conseguiram manter em seus países os recursos naturais.

Conseguem pensar em ações macros sem investir nas ações micro de sustentabilidade em seus contexto.
O meu grande aprendizado veio com as interferências da sociedade civil a qual eu aplaudo a Dirigente Nacional de mulheres rurais do Equador senhora Leda Luz Haro.

 Com veemência, elevou a sua voz e pediu ao Excelentíssimo presidente de seu país Rafael Correa cujo o discurso me fazia acreditar que ele tinha mais vocação para santo do que para político. Esta senhora a qual fiz questão de me aproximar e dar um grande abraço disse a frase mais lógica que tentarei escrever sabendo que somente se aproxima do que Luz disse. “É preciso senhor presidente antes de se preocupar com a população do mundo agir em nosso país.”

 Senti os mares que margeiam as nossas costas oceânicas tendo novos donos, as nossas matas sendo partilhadas, por quem sequer cuidou de suas riquezas naturais. E isto não trás segurança e sim vigilância.
Ao escutar o discurso da ministra de Ghana um país do continente africano que está sendo bem sucedido por conta da participação coletiva do povo repassando sua sabedoria, trabalhando tendo com um visão a longo prazo ou seja fazendo a sua parte hoje, construindo com consciência de sustentabilidade e sem grandes impactos ao meio ambiente, percebo que há uma grande semelhança com a vivência positiva das favelas cariocas.

Esta analogia eu faço em prol de ter experiência contextual e estar constantemente transitando na ponte das classes sociais, por ter adquirido saber, conhecimento.

Em nossas favelas, há partilha mesmo que do mínimo, se aproveita espaços pequenos para criar a mão de obra efetiva do nosso país, as crianças e jovens o alicerce da pirâmide econômica do futuro. Não há desperdício de espaço, de água, de luz, de alimento, roupas são reaproveitadas, comida partilhada, e o gueto se fecha para o desperdício do possuir quando a informação lhe é coibida.

Com a tecnologia que invade todos os espaços sócias comunicando  o conforto, o desejo de possuir do ser humano é despertado, a televisão trás a marca, trás as novidades, mas nada que se compare aos 20% do consumo da classe alta.

Em todas as classes há os que partilham e/ou se excluem da vida do país, somos seres humanos, sujeitos éticas, relacionais/sociais e cada um com a carga genética do seu berço de ouro e para a maioria com pouco glamour.

Sustentabilidade vai além de se manter vivo, é uma questão apreendida no dia a dia, respeitando a diversidade cultural de cada país e as particularidades de cada cidadão dentro deste macro contexto.
Se a tecnologia adentrar qualquer espaço, é preciso investir na comunicação, o poder da informação é capaz de trabalhar em prol de uma economia verde, mas que não seja do esvaziamento do bolso furado do empobrecido. A sustentabilidade cara é incapaz de se firma em países em desenvolvimento, há necessidade de uma adequação a situação real da maioria. Há riqueza maior do planeta está na população empobrecida por conta do trabalho destes cidadãos comum. São eles que resguardam o patrimônio da sociedade e de sua mão de obra para a garantia da sobrevivência da maioria.

Então é necessário investir nos países pobres, oferecer condições dignas para que as pessoas vivam tendo direitos à saúde, educação, trabalho, entre outras necessidades e não apenas sobreviver para manter uma minoria no poder.

No caminho para o Rio Centro, local da Conferênciac Com tristeza vejo grandes prédios se armando por toda a parte. Sabemos que o progresso tende a chegar e é necessário, mas, será que por trás de tanto empreendimento há preocupação com o aproveitamento dos recursos naturais para a manutenção destes espaços, acredito que em sua maioria não há. É um investimento caro, e a emergência da sustentabilidade individual e maior do que para um empenho no destino coletivo.

Surpreendo-me no próprio evento, alguns quiosques utilizando material de plástico, papeis e mais papéis que serão descartados, quantos quilos de lixo foi produzido neste espaço?

E a utilização das instalações sanitárias sendo deposito de papel higiênico por participantes me envergonharam, lembrei-me da distância para apanhar água na infância ao ver uma trabalhadora da limpeza enchendo baldes para dar descarga naquele papel e foi mais de uma vez que vi esta cena.

De que forma podemos como educadores contribuir minimamente por mais uns anos deste planeta? 

Continuando o nosso trabalho como as formigas, ensinando as crianças a se cuidarem, a preservar suas vidas e espaço e sabemos que esta ação é diária e não pode e não deve ser focal, não temos que nos preocupar com os grandes eventos, o nosso evento é diário, é garantir qualidade de vida e respeito aos bens doados pela natureza.

O caminho para uma mudança em busca da sustentabilidade é a informação, sabendo o quanto a nossa ação é capaz de influenciar reações no mundo. Já no século XVII Isaac Newton já sabia desta teoria.
A informação precisa vir coberta de solidariedade, para que haja partilha no exercício natural do cuidado com as pessoas e com o contexto.

A esperança me vem da sociedade civil e da certeza que esta irá cobrar dos governos uma ação mais coerente com as necessidades da natureza e não dos Bancos econômicos.

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DILMA A PRESIDENTA DO BRASIL

O despertar do novo dia, 31 de outubro de 2010, veio com o canto da cigarra anunciando a força do trabalho desta nação. Foi preciso acordar e se benzer, pedindo a Toda força espiritual deste país proteção para o nosso povo.


São 06.00 horas, santo dia, santa hora, é preciso despertar todo o corpo além do olhar.

Necessito registrar a inspiração, pois com o saudar do dia com o canto da anunciação é impossível se manter deitada e perder a enxurrada de desejos de boas vindas ao novo presidente da nossa Nação.

Peço a Deus que proteja a escolha do nosso povo, que nas comunidades se acenda a chama da compreensão que é preciso desenvolvimento para dar um rumo a educação, desta forma nossas crianças poderão no futuro saber que uma mulher foi capaz de mudar a história por conta dos nossos votos.


Hoje a doença não venceu o homem! Hoje o homem resolveu partir e conhecer um novo espaço.
Durante dez anos, o  vice Presidente da República nos deu mostrar que vale a pena viver e se dedicar ao coletivo.

Apoiou um homem do povo à Presidencia, e ali caladamente entre uma sutura e outra  como um anjo diante dos problemas públicos e de saúde se soerguia como um verdadeiro é leal escudeiro da Pátria.

A cada internação um compromisso de voltar para os braços do povo, mesmo que por trás dos bastidores, como faz um verdadeiro e fiel companheiro.

Se o câncer na próstata  e em outras partes foi dizimando o seu corpo físico, o corpo espiritual cada vez mais transmitia equilíbrio, harmonia,  a paz dos sábios.

Desejo a este guerreiro, agora nos braços da espiritualidade,  o recolhimento merecido no colo de sua mãe do céu.

Que ao partir da terra leve a nossa gratidão, não somente  por ter sido um político honesto, o que por si só já teria mérito, mas por ter conquistado mais dez anos entre as pessoas; entre os amigos; famílias; o povo da sua amada nação.

Por ter nos ensinado o valor da vida, que mesmo diante da maior dor deve ser desejada intensamente, nos dando prova que: o homem quando tem o compromisso com a vida é capaz de esticar os limites do chamado do céu.

Lá em cima, Vossa Excelência já estavam cobrando a sua demora, estão te aguardando durante tanto tempo e ao mesmo tempo ficavam feliz por saber que a história precisava da sua abdicação.

Doar estes 8 anos de dedicação para o Brasil,  cá prá nós é merecedor de grandes honras.

Grata por partilhar da organização da  nossa Pátria em plena reformulação interna e espiritual, quem sabe esta energia tão nossa conhecida,  junto ao pai lhe torne o coração de menino.


Boa viagem!

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Peço a Deus que a continuidade vá além do que já temos de força; força e coragem a Dilma já tem de sobra, o passado já registra o quanto está senhora foi contra o estabelecido, e o estabelecido na época era ditatorial. Hoje o nosso líder Lula, simples como os seres do mar, porém complexo como o respirar nas águas, modificou o retrato da desigualdade. Começou a pintar os morros e comunidades com o saber, a socializar as cidades dando luz para o povo, fartando a igualdade e despertando nesta gente poderosa o medo do confronto com as pessoas comuns.

Peço a Deus para dar discernimento ao destino deste nosso país, que Ele, entre no entendimento da maioria é concretize o desejo de ter um país melhor.

É preciso muito trabalho, principalmente na saúde que em nosso país anda adoecida, enchendo os corredores dos hospitais de agonia, deixando o chão dos mesmos em macas deitados os anciões da Pátria.

É preciso muito trabalho, mas, mulher dá conta, estuda, trabalha fora, cuida da casa, dos filhos dos netos e ainda precisa por conta do olhar machista estar linda e com o semblante descansado sorrindo para toda a sua ação e platéia.

Desejo que haja paz neste dia, que Deus ilumine ao povo de nossa nação ao voto; registro do seu destino, registro do meu, dos meus filhos, família, comunidade, bairro, estado e país.

Traga para o nosso povo a verdade, traga para o nosso novo dirigente a lealdade com o desenvolvimento do seu povo sem esquecer que somos cidadãos do mundo como Luiz Inácio da Silva, “Lula”, conseguiu com a sua simplicidade e capacidade de grande articulador e diplomacia mostrar aos países do exterior o valor de um representante legitimo do povo brasileiro.

Peço a Deus que nos dê a honra de ter como presidente do nosso país, a Dilma, não permita que nada lhe tire este direito ao brilho, que a força empreendedora da mulher chegue de vermelho com o PT e com o brilho da alma maternal pela Pátria que de fato poderá utilizar o versos do nosso Hino Nacional que já demonstrava a feminilidade protegendo os nossos destinos.

A liberdade está no seio com o desafio ao nosso peito da própria morte da miséria, da falta de educação de uma saúde inadequada dos desmatamentos que os ignorantes persistem em tirar proveito.

Que possamos cantar, Oh Pátria amada, abençoada, já é de uma mãe que vai além do gentil, é firme, é guerreira, tem uma espada na mão como Iansã e vai defender este povo do domínio do poder.

Seja bem vinda senhora Presidente do Brasil, o tapete vermelho e teu, o coração vermelho deste povo é de quem irá transformar a cognominada minoria, pois a minoria já deitou em berço esplêndido e está indo de encontro à maioria dentro do contexto do desenvolvimento da nossa nação.

Que tenhas a capacidade de avançar nas políticas públicas deste país e que sejas a referencia de mulher no comando de uma nação.

Que Deus te abençoe.

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TRABALHA, TRABALHA FILHA.

No ano de 1973 iniciei a minha vida profissional oficial, antes havia trabalhado de babá e de doméstica, era muito jovem e tinha a responsabilidade de cuidar de crianças.

Aprendi a crescer trabalhando, cuidando do outro para cuidar de mim.

O tempo foi passando e eu percebendo que o grande material que eu deveria me dedicar a estudar para  aprender a lidar com o mundo eram as pessoas.

Queria fazer Serviço Social, a faculdade era longe da minha casa e do trabalho, ainda tinha 3 irmãos para ajudar a minha mãe criar, não tinha tempo.


Igreja Anglicana na Cidade .

Resolvi fazer pedagogia e uma vizinha "mais que parente" ficava com os meus filhos para que eu aprendesse a lidar com gente. Dona Isabel, a Bel, fez o meu 1° sapatinho.

O iniciar os estudos com um filho no ventre e já com  um trabalho  de carteira assinada pelo  Ambulatório da Praia do Pinto localizado na rua Maria Angelica no Jardim Botânico. Eu me deslocava para a vida e assumia o papel de ser trabalhadora e mulher.

 No dia 1° de maio de 1980 a minha carteira foi assinada como trabalhadora do Brasil.

O tempo foi passando, as tarefas aumentando, casa, trabalho e estudos,  a cada dia os meus passos procuravam as travessas da Cidade de Deus, os meus olhos encontraram o riso ou o choro e as minhas mãos se fortaleciam para a ação da educação.

Sempre escutei o atabaque do meu coração cantar com energia, trabalha, trabalha filha é a sua libertação! Obedeci por respeito, por comprometimento com o outro, apenas por amor a mim.

Em outubro do mesmo ano fiz concurso público e passei, trabalhei 16 anos na FEEM que depois virou FIA - Fundação para a infância e adolescência. Cuidando de crianças de 0 a 6 anos em um orfanato. Como aprendi ali a desenvolver  a sensibilidade de entender o sentimento de abandono e suas conseqüências.
Procurei passar para as crianças a fé, a esperança e o desejo de crescer sendo uma pessoa melhor. Muito chorei com aquela que era devolvida por uma família, muito cantei para motivá-las, muito briguei para defendê-la  muito mais ainda aprendi com cada uma delas

Até que comecei uma nova caminhada com idosos, grupo de jovens e creche e logo mais a frente com atendimento às familias em situação de violência doméstica. 

Nesta fase o aprendizado foi dolorido pois as marcas invisíveis das pancadas sofridas quando criança, sangravam a cada atendimento me fazendo reviver e a aprender a lidar com as memórias registradas na minha alma.

Descobri que reconhecer a sua  identidade, o jeito de olhar o mundo e significar à miséria,  é  uma pós graduação na vida de um favelado.  Ficou claro quando  reconheci os mestres do meu destino que contribuíram para minimizar a minha dor. 

Daí pude entender o quanto preciso muito mais ainda trabalhar, e continuar a acreditar que tanto a cultura dos meus atos quanto a dos atos dos meus ancestrais ecoam pelas montanhas de preconceitos que o país tende a descartar por conta da vaidade de não colocar a mão na lama para sentir a textura do transformar o pobre em pó. O muro precisa ser rompido, a distância entre a comunicação e o medo aniquila o poder de saber.

É preciso descortinar os olhos do nosso coração, talvez um  maquiador, artista plástico, cirurgião, um ato, um fato  tenha habilidade necessária para modificar o outro, que seja ele senhor das suas ações, entendedor das batitas do pleito de seu coração e se transforme em um mero aprendiz do viver.

Continuo a jornada com artes, grafitando com lama os passos das estradas que preciso levar o sentido de crescer por ter direito e não por caridade.

Não ganhei NADA! Conquistei TUDO o que sonhei, por ser obediente e escutar o pedido maior do atabaque.

Filha de quem? Da favela? Das pancadas? Da alegria, da poesia, da educação, do entendimento, filha do vento!

Hoje cuido de crianças, jovens, idosos, cantigas, poesias, jornal, livros, tio, filhos, mãe, cachorro, amigos, nunca estive só e  também de não esquecer aqueles que me ajudaram a ser uma profissional e que habitam em endereço sutilmente celestial . Recebi de muitos e multiplico o recebido, amor. 



Sou filha do trabalho, meu pai é o coração , minha ação é o meu guia e mais que estradas  a conquistar Ogum me presenteia a cada nascer do sol.  São coloridas e ornam com as contas de todos o orixás que me abençoam.
  
Não me escondo das 6:00 horas e nem da lotação, enfrento a enxurrada e desafio o desconhecido.
 EU sou TRABALHO. EU SOU AÇÃO.
Nasci na troca da guarda,às 18:00 horas e um soldado no quartel busca trabalho, o meu é a comunidade, e a terra.


 Com alegria e beleza encontro tema até na diversão.

O presente da vida é a troca do significado deste olhar. MUKUIU NU ZAMBI PILAR.


DIA INTERNACIONAL DA MULHER!

Não sou apenas uma mulher parideira dos três filhos que concebi e apresentei a luz do sol, dois dos quais homens.

Procurei ao longo destes aprendizados e desenvolvimento  masculinos, dar noções claras do respeito à mulher, as diferenças e à vida.

O que será que aprendi com esta mulher que  reconheço em mim?

Uma mulher que ora tornou-se homem , mais homem do que mulher tendo como referencia de memória o comportamento do próprio pai.  

Tinha que suster a prole, educar sem ter muito tempo disponível para as brincadeiras, lavar , passar, cozinhar, ensinar deveres escolares, cuidar da casa, lidar com pedreiros e operários da construção civil para manter o teto de pé. E o tempo para ser somente mãe e mulher?

Profissional da educação social,  comprometida com o desenvolvimento coletivo, atarefada,  cantora de coral, escritora, compositora, poeta,  escancaradamente sonhadora,  apaixonada pela vida.

Quantas vezes deixando de achar graça na sujeira da molecada por ter que dar conta da limpeza e da compra do sabão, além de comprar o seu próprio pão.

O que mesmo ensinei para estes dois homens que pari? Que a mulher consegue fazer tudo?

Que ela é plena no mundo, que é capaz de viver  e ser feliz, criar e compor na vida mesmo sem um homem para ser seu parceiro? Que o valor das pessoas está na forma que se respeita e ama os seus?

Meu Deus! Acho que não consegui ensinar estes meninos o que deveria.

Será que o valor de um homem eu consegui repassar, ou será que ensinei que para ser um verdadeiro homem e preciso se entregar a sua própria essência de ser a criatura de uma mulher?

Que é preciso encarar as responsabilidades do amor à família. Cumprir com o sustento da mesma, dar atenção, respeito, educar os filhos, ser companheiro. 

Ser parceiro em todos os momentos e não apenas resolver ser imaturo, desequilibrado em nome de uma masculinidade de irresponsabilidade e se perder no prazer supérfluo do desequilibro familiar, deixando ao encargo de uma mulher vidas para que ela assuma como se fosse Deus.

Dinheiro não dá em pé de jaca! Sujeira não acaba sem água e sabão. Educar vidas precisa de pai e mãe e não apenas um com toda a obrigação.

Espero que eles aprendam que esta mulher  imposta pela vida,  a pessoa do gênero feminino,  precisa ter um espaço apenas para se sentir acolhida em um abraço e se entregar no colo que lhe de a segurança do amor sincero.

E que esta mulher só dá conta de tantas responsabilidades porque a sua grande verdade é o compromisso com a criação e a criação é obra de Deus e Deus acolhe-a nos seus braços e lhe assegura toda a força para continuar a sua missão de servir.

Afinal quem não serve para servir aos seus acaba com dívidas na memória da família.


Viva a força da mulher Brasileira!


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